28 de novembro de 2013

Tenho saudades de um tempo que não é meu.

Lembro-me de quando andávamos na mesma escola, na mesma turma, mas tu não me ligavas nenhuma. Numa viragem de tempo, num momento incerto, somos amigos. Como todas as histórias revelam-se os dramas e perdemos-nos, em consequência de actos falhados. Escrevo-te lúcida, sóbria, com uma lógica que só assim a consigo alcançar. Vestia-me de preto, pintava as unhas de azul, tu eras discreto na maneira de andar, mas os teus olhos não enganavam ninguém, nem a mim que era cheia de inocência. E hoje, só de pensar que tudo começou contigo e agora... agora nem nos lembramos um do outro. Vieste-me à recordação como um acaso do destino, mas sei que logo, quando me deitar na minha cama tu vais ser automaticamente apagado durante tanto tempo. E de pensar que gostei de ti e agora sou como tu. Talvez fosse um sinal, um sinal que eu demorei muito tempo a reconhecer e ainda bem. Onde estaria eu se tivesse continuado a teu lado? Não sei, mas provavelmente estaria no sitio onde tu estás, um sitio que é incerto para mim, um sitio que eu não conheço. Tenho saudades de um tempo que não é meu, porque já não me reconheço na pessoa que conheceste. E ainda bem.

3 comentários:

  1. Pelo que contas esse afastamento fez-te bem. Talvez tenham ficado as saudades, que são inevitável, mas nada acontece por acaso.
    Adoroo a música do blog.

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  2. Ui, nem sei. Mas até uma cerinómia simples era um sonho, basta ser com o meu príncipe <3
    e o teu?

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  3. sim, para o ano se conseguir em Maio estamos lá de volta e para o Natal também :)

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«O teu anjo da guarda fala pela boca daquela mulher, que não tem mais inteligência que a do coração, alumiada pelo seu amor.»