11 de dezembro de 2015

Querido Pai (Natal),

este ano gostava de te pedir que estivesses mais presente no ano que se aproxima. Uma escada daquelas bem altas, para poder ir oferecer um beijinho a quem partiu e me deixou o coração em pedaços.
Todos os dias olho para a tua fotografia, todos os dias penso em ti, na vontade de rir que tu me davas sempre que te via. Essa era a prenda de Natal que eu gostava mesmo ter, a tua companhia. 
Esqueci-me de como é o teu cheiro, e a tua voz parece que veio de um sonho. É normal? O processo de esquecer alguém que amamos e que nos é realmente próximo é assim tão fácil? E se eu desta não quiser esquecer? 
Esforço-me muito para recordar o teu tom de voz, mas só te vejo e não te oiço. É mesmo assim? Mas e se eu não quiser? Que merda, fazes-me falta.
Querido Pai (Natal), faz-me lá esta vontade, e vem ver-me mais vezes. À quase um ano que não te abraço. Ao contrário dele, eu não esqueço a tua voz, eu esqueci foi mesmo a tua cara e isso dói-me muito, mas a ti irá doer mais um dia que saibas, que afinal, eu não te sei assim tão bem como ambos pensávamos.
Engraçado como ao longo do tempo, as prioridades mudam, uns sonhos ficam pelo caminho e outros se realizam mesmo de verdade... Queria poder contar-te como sou feliz com a pessoa que escolhi, com os amigos que tenho. Gostava que... aqui estivesses. 
Foste cedo de mais, porque nunca há horas para ver quem mais amamos ir embora.
Volta, estás perdoado.

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«O teu anjo da guarda fala pela boca daquela mulher, que não tem mais inteligência que a do coração, alumiada pelo seu amor.»