19 de maio de 2015

Orange,

gostava muito de um dia ter coragem de dizer na tua cara o quanto me desiludiste, talvez não tenhas desiludido, provavelmente eu não soube onde era o meu lugar na tua vida. Tomei-te por verdadeiro e realmente eterno na minha vida, a única coisa que eu queria era que, foda-se tivesses dito que assim que a pessoa que era realmente a tua melhor amiga quando voltasse eu iria ser posta num cantinho, que de vez em quando serve para alguma coisa. Depois de tudo, de tudo o que fizemos juntos, de tudo o que passamos, depois de todas as aventuras em que nos metemos apenas com o propósito de nos ajudarmos mutuamente, sonhava eu.  Só queria que tivesses sido meu amigo, o meu companheiro, a pessoa que via filmes comigo até tarde só porque sim, nunca te quis de outra forma, nunca pensei em ti se quer de outra forma. Mas, mesmo assim, a minha amizade para ti não pareceu ser o suficiente, ou talvez, eu fosse só a substituição, a actriz que fica com o papel da principal só quando a principal se tem de ausentar. Tantas vezes, entre brincadeiras eu te disse que me ias deixar de lado, tu ri-as e dizias "oh Alice, para lá de ser parva", e olha bem para onde caminhamos. Um contra o outro. E eu levava-te tão a sério, foste tão importante para mim, fiz tanto para te ver com o mínimo sorriso possível e tu, tal como todos os outros que nos rodeavam, quando eu realmente precisei souberam trancar-me a porta e deixar-me sem a chave de casa. Mas sabes porquê que és o único que realmente leva com todos estes baralhos? Porque foste o único que prometeu nunca me abandonar. E agora pergunto, onde estás tu agora?

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«O teu anjo da guarda fala pela boca daquela mulher, que não tem mais inteligência que a do coração, alumiada pelo seu amor.»