Amamos o que temos e não quem temos.

A verdade que nos atinge e não o neguem, somos todos fúteis e burros, gostamos de telemóveis caros e ficamos com inveja quando não os temos, gostamos de roupa de marca e ficamos fodidos por não a podermos comprar, choramos porque queremos ir a uma festa ou um concerto e o bilhete é caro, e a sério, não neguem ser tão merdosos como eu, ou como o outro. Somos humanos, humanos gostam de gastar dinheiro, olhar ao espelho e parecer melhor que aquilo que somos. Somos assim, choramos no dia do pai, choramos no dia da mãe, ficamos fodidos com o Natal, mas só pensamos no que vamos beber e fumar na passagem de ano, porque é isto que nos mantém vivos, é isto que nos mantém cá, é ter. Amar o que temos e não quem temos, é por isso que o amor desaparece, é por isso que existem muitas amizades, é tudo uma questão de dinheiro. Porque eu para ter amigos de toda a parte de Portugal tenho de ter dinheiro para os ir ver, porque amar só já não chega e não é porque se ama pouco ou muito. O cliché do costume do amor só é suficiente, óbvio que não. Porque querem ser diferentes e acreditar em frases feitas em vez de criar novas, porque é tão importante fingir que percebemos de música se o que realmente importa é o que nós gostamos, porque no fim de contas até o Justin Bieber e os One Directon merecem ser cantores, porque há quem goste deles. Afinal de contas o que importa é o que nós gostamos, não se façam de diferentes, que só gostam de hip-hop tuga e desprezam a existência de outros, não pensem que reggea ou rock é a nossa fonte de inspiração. Eu não gosto de música pop, não a desprezo, eu não gosto de não ter dinheiro para ir gastar na Levis ou na Salsa, não gosto de abrir o armário e ter roupa do ano passado, mas agradeço a mim mesma por saber lidar com isto e não tento ser melhor que ninguém por achar que sou diferente porque aceito ter uma vida mediana, porque eu não aceito! Eu mereço melhor, tu mereces melhor, até as pessoas que eu menos gosto merecem melhor. Não vivo de aparências, mas gosto de ter ténis da Vans para calçar, gosto de ter umas botas da Timberland para me proteger da chuva do inverno, qual é o drama de termos todos uma futilidade dentro de nós? Abram os olhos, só se enganam a vocês mesmos. Eu amo o que tenho, mas amo principalmente quem tenho. E com isto não digo para serem como eu, mas para serem sinceros com vocês mesmos e deixarem de achar que são capazes de mudar o mundo sozinhos, admitam a merda que são e dêem a mão ao próximo.